Hoje enquanto apanhava a minha dose de sol matinal e tomava o café do costume, dou comigo a despertada para a conversa da mesa ao lado. Falava-se dos enfermeiros. Da situação. De como era indignante o que "nos" estavam a fazer. A conversa interessou-me, porque claro, de certa maneira está relacionada comigo e é sempre bom sentir o suporte da população em relação ao que o governo está a fazer à minha profissão. Conversa vai conversa vem, lá pelo meio oiço este comentário:
"Os enfermeiros são os novos prostitutos. Explorados até ao tutano e se calhar mais um bocadinho".. Ás vezes até nós dizemos isso lá na equipa em tom de brincadeira, pelos vistos a opinião é geral.. É uma frase triste é verdade, mas sou obrigada a concordar...é como nos sentimos com tudo o que nos estão a fazer.
"Damos o corpo ao manifesto" e pelos vistos a baixo custo...
Gosto de café. Do cheiro. Do sabor.
Gosto de café expresso. De café das velhas a saber a canela. Gosto dele a escaldar. E com muitos cubos de gelo no verão. Gosto imenso desse meu pequeno vicio. Mas gosto sobretudo das conversas e momentos partilhados que tantas vezes o acompanha!
O cafézinho é sempre a desculpa para uma saída, para estar com amigos. Para estar com alguém especial..era capaz de jurar que a importância que uma pessoa tem na nossa vida de consegue avaliar apenas por um café... É impressionante como quando somos convidados para um café somos capazes de adiar e adiar e voltar a adiar, porque não temos tempo, porque morreu o piriquito, porque estamos doentes..mas depois um belo dia, "aquela pessoa" manda uma mensagem, um simples "café?" e vamos arranjar tempo que não tínhamos. Vamos desencantá-lo não sabemos bem onde. Nem que tenhamos que ficar a pé a fazer o trabalho para entregar no dia seguinte, nem que tenhamos que ir com 3/4 horas de sono para o teste..a verdade é que arranjamos maneira de ir. Arranjamos tempo e disposição, simplesmente porque o que acompanha aquele café vale a pena
Hoje dei comigo a pensar nas conversas tontas que tinhamos. Na maneira como isso me fazia rir. Nas coisas que diziamos que mais ninguem percebia e como riamos e riamos e riamos.
Tenho saudades disso sabes?? Saudades daquelas gargalhadas genuinas. Saudades de chorar de tanto rir. Saudades de passar horas a conversar de coisas sem nexo e mesmo assim sentir que tudo fazia sentido.
É engraçado como quando gostamos de alguém até as conversas estúpidas fazem sentido!!