uma das eternas questões nisto dos amores é aquela dúvida: 'até que ponto nos devemos entregar?'
há quem defenda que devemos ter limites, que deve haver uma espécie de lei da compensação, quase uma balança: hoje dou um bocado, e agora espero que ele dê também, e por ai adiante, passo a passo, calculoso.. não percebo. outros defendem que, pelo contrário, nunca devemos dar tudo, para não 'habituar' mal. ou seja, apenas por estratégia, não vamos ser tudo já, para termos algo para dar mais tarde.. não percebo. há ainda quem dê, para simplesmente poder cobrar no momento a seguir: dei-te tanto, agora quero que me retribuas tudo!!.. também não percebo.
para mim, o dilema da entrega é simplesmente uma não questão. porque quando se quer, quando se gosta, dá-se e pronto. tendo apenas o cuidado da gestão do 'não sufoco', não há cá que ter meios termos, ou calculismos, ou mariquices de balanças. dá-se! e dá-se tudo o que se tem agora! porque se for a sério, descansem que todos os dias vão ter algo novo, maior, melhor, mais intenso para dar. porque quando é a sério, todos os dias cresce mais qualquer coisa: um tique novo, um ponto da pele que afinal também é sensível, uma palavra que ganha novo significado, um riso tonto que se descobre no momento mais íntimo, ou apenas uma música antiga, que de repente passou a ter significado. ou todas as musicas novas, que vão ficar para sempre marcadas entre nós os dois..