Há alturas na vida em qua parece que perdemos o rumo. Parece que a nossa bússola interna se quebra e deixamos de saber para onde é o Norte.
Olhamo-nos ao espelho e não reconhecemos a imagem que ele nos devolve. Conversamos, rimos, gargalhamos, mas parece que estamos a viver a vida de um qualquer outro personagem. Deixamos de reconhecer as rotinas que eram tão nossas. Perde-se uma parte de nós. E um profundo sentimento de tristeza toma conta de tudo. É talvez nessa altura que temos que partir, por os pés à estrada e ir em buscar daquilo que ficou pelo caminho.
O tempo passa depressa é certo e sem dar-mos conta somos catapultados para a vida de adultos e somos obrigados a deixar para trás muitas das coisas que faziam de ‘nós’ aquilo que eramos. Perdemos um bocado aqui outro acolá e mais dia menos dia não sabemos mais quem somos. A entrada na vida adulta traz consigo uma serie de mudanças obrigatórias, não obriga contudo a perdermos a nossa essência. Terá sempre que existir tempo para as jantaradas com os amigos. Para os cafés intermináveis. Para as conversas noites dentro (as serias e as disparatadas). Para as aventuras rumo ao desconhecido. Para as idas à praia depois de uma noite bem passada. Para comer gomas e chupas e beber coca-cola com quilos de gelo e limão. Para rir até doer a barriga e ate para chorar naquele ombro que esteve sempre lá…
Terá sempre que existir tempo para essas pequenas coisas. Essas pequenas coisas que se tornam gigantes, na medida em que nos mantêm com os pés bem assentes na terra e nós fazem mais felizes.