Gosto daqueles abraços apertados. Os abraços que envolvem de tal forma que o ar que respiramos é o mesmo. Os abraços que nos permitem sentir o coração do outro a bater no nosso peito. Gosto dos abraços verdadeiros. Quentes. Acolhedores. Aqueles que nos fazem querer voltar vezes sem fim para os braços de quem abraça!

Dizem que o amor se transforma. Que fica mais maduro. Que com o passar do tempo deixa de ser aquele sentimento desenfreado que se sentia no inicio...Pode até ser verdade, aliás tem lógica que seja. No inicio o amor é explosivo, é avassalador..com o tempo cresce, solidifica, e esse frenesim inicial pode até diminuir. Contudo um amor que seja verdadeiro não morre. Um amor verdadeiro não diminui porque o borracho que conhecemos aos vinte anos ganhou umas formas mais arredondadas. Um amor verdadeiro não morre apenas porque se chegou aos quarenta e toda aquela necessidade de contacto corpo a corpo reduziu Um amor que é verdadeiro não diminui apenas porque ficamos com rugas espalhadas aqui e ali. Um amor que é verdadeiro há-de ficar sempre jovem. Há-de ter sempre aquela frescura. Um amor que é verdadeiro acompanha-nos a vida toda, com altos e baixos, fases boas e más, alturas mais intensas que outras..Mas um amor que é verdadeiro jamais fica velho, jamais se encarquilha, já mais de desgasta....

A vida está constantemente a tirar-me as coisas que se tornam imporrantes para mim! Sei que desta vez também contribui para isso. Sei que fiquei estragada por ter passado por tudo o que já passei. Sei que isso influência o meu presente. As minhas escolhas. As minhas decisões. O passado está constamente a marcar presença. A fazer-me duvidar do que me dizem. A dizer-me que palavras não valem nada. A fazer-me ter os dois pés atrás...

O passado vem surrateiro e estraga o presente. Doeu antes e doi agora porque me faz perder o que é importante para mim neste momento.

O passad tornou-me desconfiada, fria, pessimista até...deixei de conseguir ser aberta. Deixei de conseguir falar sem restriçoes do que sinto. Deixei de me conseguir mandar sem rede...

Deixei que uma coisa que me fizeram interferisse no que estou a viver agora e...fiz mal! Sei que fiz mal... Dava tudo para que o tempo voltasse atrás. Dava tudo para aproveitar os meses que avizinhavam a partida para outro continente. Dava  tudo para ter tido a coragem de falar, de demonstrar o que estava a sentir...

Agora se calhar é tarde demais...um ano é muito tempo. E embora as certezas sejam de quem não vão haver desvios dos planos, que ninguem vai fazer perder a cabeça... a verdade é que essas coisas não se escolhem. Nisso não se manda...

Se calhar perdi uma oportunidade de ser feliz..por ser casmurra, por me fechar, por me recusar a ver o que está a frente do meu nariz....